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Chega sempre um momento na vida da gente. Um momento assim que vem não se sabe de onde, a não ser, da vontade de nós mesmos.

 Daquela escondida, retida, que por algum motivo, ou vários, fazíamos questão de deixá-las quietas.

Mais nesse momento, esse em que vos falo agora, elas entram num rebulisso, numa revolução desenfreada, numa vontade explosiva, e quem consegue contê-las? 

Todo aquele mar de incerteza e indesições, são levados pela ventuosa tempestade do impulso de querer torná-las certezas absolutas, e quem irá dizer pra ter calma, pra pensar duas vezes?

 Lembra-se de todas decisões erradas, do silêncio que se fez e que hoje quer gritar, mais já não há tempo, o momento já passou, e o que restou foram as palavras que ficaram só na formulação do pensamento.

 A imagem das pessoas que passaram e que gostaria que tivesse ficado, a simulação dos gestos que não foram feitos, e o estalo dos beijos que não foram dados.

Os insultos recolhidos, os sonhos perdidos, as loucuras que nunca se fizeram reais, as promessas , que continuam promessas e as mentiras que querem deixar de existir.

Tudo que incomoda, que impede, que sufoca.

O que é mudo pede voz. O que é surdo implora pra que seja ouvido. O que é cego, chama atenção para que o vejam.

E o que vos escreve, só pensa, porque por enquanto, tudo continuará como sempre foi.

E mais uma vez a noite se faz presente, a lua toma seu lugar, e as estrelas me pedem pra dormir,  e no pulsar de mais um dia, de um dia de céu azul, mais bonito que todos os outros, um dia assim, convidativo, que me diz: COMO PUDE PENSAR TANTA BESTEIRA? E ME CONVENCE A DEIXAR AS DECISÕES NOVAMENTE  PRA DEPOIS.

Sandra Sueli.